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sábado, 20 de novembro de 2010

Fusion Hybrid: um novo conceito de carro


Bem vindo ao futuro. Se o Fusion Hybrid falasse, certamente essas seriam suas primeiras palavras. A versão híbrida do sedã médio-grande da Ford acaba de desembarcar no Brasil para dar início a uma nova era em que os veículos (automóveis e utilitários) não bebem apenas gasolina, álcool ou diesel – eles também se alimentam de eletricidade. E jogam muito menos fumaça no ar.

Realidade nos países desenvolvidos, especialmente os Estados Unidos, o Fusion Hybrid chega ao Brasil com o status de ser o primeiro automóvel 100% híbrido à venda no País. Por aqui, onde os carros nacionais (em maioria) amargam um atraso frente aos modelos oferecidos em mercados mais maduros, a tecnologia híbrida praticamente inexiste.

Justamente por isso, a Ford passa a oferecer o modelo no país, pelo preço fixo de R$ 133.900 – sim, é um valor elevado. Mas ao optar por trazer a versão de apelo verde, a montadora do oval azul está de olho não nas vendas, que devem ser magras, mas no potencial publicitário que o sedã “ecologicamente correto” oferece. Confira abaixo como é e como funciona o Fusion Hybrid!

Um carro e dois motores

Uma das principais características dos carros híbridos é o sistema de propulsão, que combina dois motores, um a combustão e outro elétrico, alimentado por bateria. No Fusion Hybrid, funciona exatamente assim: o bloco a gasolina 2.5 Duratec de 158 cv e 18,8 kgfm de torque é associado a outro bloco que usa apenas eletricidade para gerar 107 cv e 23 kgfm. A potência combinada dos dois motores é de 193 cv.

Assim como em outros híbridos, os dois motores do Fusion “ecológico” podem funcionar sozinhos ou simultaneamente, de acordo com a situação de rodagem. A velocidades inferiores a 75 km/h, por exemplo, o motor elétrico trabalha boa parte do tempo sozinho, enquanto o bloco a gasolina é ligado em ladeiras ou quando o pedal do acelerador é pressionado até mais embaixo.

Já em velocidades superiores a 75 km/h, o motor a gasolina faz o serviço, cabendo ao bloco elétrico gerar energia extra nas retomadas, para facilitar ultrapassagens, por exemplo. No Fusion híbrido, o motor movido a eletricidade é alimentado por uma bateria de níquel-metal que não precisa ser recarregada. Há um sistema de regeneração da energia de frenagem.

Em poucas palavras, cada vez que o condutor pisa no pedal do freio, a energia produzida é enviada e armazenada na bateria, tornando desnecessária a recarga. Esse, aliás, é um dos aspectos mais relevantes dos sistemas de propulsão híbrida. Diferente dos carros 100% elétricos, os híbridos – como a nova versão do Fusion – não tem uma autonomia pré-determinada.

Consumo equivalente ao dos carros “mil”

Mas, afinal, qual a vantagem de se ter dois motores? Essa é um pergunta que provavelmente deve surgir na cabeça de um tanto de brasileiros. Para que serve a tal tecnologia híbrida? A resposta é sustentabilidade. Com os dois motores trabalhando ora juntos, ora separados, o Fusion Hybrid entrega uma média de consumo equivalente a dos carros equipados com motores 1.0 litro.

De acordo com a Ford, o sedã médio-grande é capaz de rodar 16,4 km com um litro de gasolina na cidade e 18,4 km/l na estrada. Em trajeto misto, a montadora informa média de 12,8 km/l de combustível. São números impressionantes para um carro de quase 1,7 tonelada e encorpados 4,84 metros de comprimento por 1,83 metro de largura. Os valores são 9% superiores ao do subcompacto Ka com motor “mil”.

Quer dizer, o Fusion Hybrid é mais eficiente que um Ka e entrega um desempenho consideravelmente superior. Mas esqueça a esportividade. A aceleração de zero a 100 km/h em 9,1 segundos é até boa, mas o que está em jogo na versão híbrida do sedã é a redução do consumo e da emissão de poluentes. O modelo despeja 92% menos gases poluentes que o previsto no Proconve L6, lei que entra em vigor em 2015.

Se comparado à versão de entrada, também equipada com o motor 2.5 Duratec, só que com 173 cv, o Fusion híbrido é expressivos 52% mais eficiente em consumo. O único problema da tecnologia é o preço. Enquanto o Hybrid custa R$ 133,9 mil, a versão convencional “básica” sai por R$ 82.160 – são mais de R$ 50 mil de diferença no preço final. Daí a conclusão de que a configuração verde vale mais pela imagem.

Primeiras impressões

São Paulo – O Fusion híbrido definitivamente é um carro à frente do nosso tempo – ou melhor, do atual cenário da indústria automobilística brasileira. O modelo tem como principal apelo algo ainda fora do imaginário popular: a preocupação com o meio ambiente. Mas mesmo sendo um carro com perspectivas limitadas de vendas no momento, o modelo da Ford traz sofisticação. E em grande estilo.

Dirigir um carro híbrido, na prática, não é diferente de guiar um carro empurrado por um motor à combustão. A diferença está basicamente no barulho e na vibração que se sente ao volante. Com o motor 2.5 Duratec desligado, praticamente não se ouve ruídos ou se sente alguma vibração no volante e nos pedais. Com os vidros fechados, o único som além da barulheira externa é o do atrito dos pneus com o asfalto.

O silêncio é tão profundo a bordo que o motorista e o passageiro logo percebem quando o bloco a gasolina é acionado. Só aí se escuta um ronco abafado vindo da frente do carro e alguma vibração. Em movimento, o que mais impressiona é como o sistema híbrido da Ford alterna o funcionamento dos motores de forma sutil. Em questão de segundos o bloco a combustão é acionado ou desligado.

Durante o teste drive, realizado por avenidas da capital paulista, a maior parte do tempo o modelo ficou “preso” em congestionamentos. Por conta disso, também a maior parte do tempo o motor elétrico trabalhou mais, requisitando o bloco Duratec apenas em trechos de subida – onde era necessário maior torque. O câmbio automático do tipo CVT (continuamente variável) foi caprichosamente preciso.

Com subidas de giro bastante lineares e sem sinal de delays nas trocas, o Fusion Hybrid permaneceu o tempo inteiro sereno e eficiente nas acelerações e retomadas. O modelo não demonstrou qualquer cansaço e, ao mesmo tempo, ofereceu um nível de conforto excepcional – talvez até superior às outras versões em termos de ruídos. Já dinamicamente, não há diferença em relação aos outros Fusion (o 2.5 e o 3.0 V6).

Um outro aspecto interessante da versão híbrida é a quantidade de informações reunidas no sofisticado quadro de instrumentos SmartGauge, que traz o velocímetro ao centro envolvido por duas telas de alta resolução. Ali o motorista pode ler quase tudo sobre o carro. O sistema informa, por exemplo, se o carro está no modo elétrico ou com os dois motores ligados e se a condução está privilegiando o menor consumo.

Ao final de cada viagem, um sumário é mostrado com os dados completos do passeio – quanto tempo durou, quantos quilômetros foram percorridos, qual foi a média de consumo na viagem, entre outros. No canto da tela à direita é possível também acompanhar por meio de gráficos (folhas verdes ou barrinhas verticais) o quão econômico foi o desempenho do carro no trajeto.

E para realçar ainda mais o conjunto, até por conta do seu preço elevado, o Fusion Hybrid traz um pacote de equipamentos farto, recheado de recursos modernos. O ar-condicionado de duas zonas, por exemplo, usa um compressor elétrico que, de segundo a Ford, não depende do motor a combustão para acionar o compressor e, por isso, não diminui a potência de tração e pode ser usado com o veículo desligado.

Outro destaque são os itens de entretenimento e segurança. O modelo traz de série o conhecido sistema multimídia Sync, desenvolvido em parceria com a Sony e que reúne diversas funções (conexão Bluetooth, entradas USB e auxiliar, ar-condicionado, câmera de ré, dados do sistema híbrido, etc). Os dados são projetados na tela de LCD sensível ao toque, posicionada ao centro do console central.

Há ainda sete airbags e o sensor de ponto cego, que monitora as laterais e acende um sinal luminoso no canto superior dos espelhos externos se houver algum veículo estiver próximo. O mesmo sistema entrega também outro recurso que monitora a região em volta do carro e soa um alerta sonoro caso algum veículo esteja se aproximando – como em manobras de estacionamento em shopping centers.

A expectativa da Ford em relação ao Fusion Hybrid foge da esfera das vendas. Essa missão ficará com as versões normais 2.5 SEL (R$ 82.160) e 3.0 V6 SEL (R$ 103.360), que passam a vir melhor equipadas na versão 2011. Trata-se de uma tecnologia inédita no Brasil e que deve a ganhar espaço pelo mundo – inclusive no Brasil – com as leis de emissões mais severas. É uma tendência clara e irreversível.

Ficha Técnica


Ford Fusion Hybrid


Motor: Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16 válvulas, comando duplo (DOHC), variação de válvulas de admissão, injeção multiponto, ciclo Atkinson gasolina; Dianteiro, transversal, eletricidade


Cilindrada (cm³): 2.488


Potência (cv): 158 a 6.000 rpm (G) e 107 a 6.500 rpm (E)


Torque (kgfm): 18,8 a 2.250 rpm (G) e 22,9 kgfm a 3 mil rpm (E)


Taxa de compressão: 12,3:0


Câmbio: Automático continuamente variável do tipo CVT


Comprimento (m): 4,84


Largura (m): 1,83


Altura (m): 1,44


Entre-eixo (m): 2,73


Porta-malas (l): 405


Suspensão: Independente com braços sobrepostos, molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora na dianteira; independente do tipo Multilink, com braços múltiplos, molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora na traseira


Freios: Discos na frente e atrás, com ABS e EBD


Tanque (l): 66


Peso em ordem de marcha (kg): 1.687


Aceleração de 0 (zero) a 100 km/h (s): 9,1


Velocidade final (km/h): 180 (limitada eletronicamente)


Preço (R$): 133.900




Fonte: Carsales

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