As pessoas que preferem tomar decisões sozinhas em vez de perder tempo discutindo a melhor solução de um problema terão de mudar o estilo de vida caso queiram alcançar o sucesso. Segundo uma nova pesquisa realizada pela Universidade College London, na Grã-Bretanha, a melhor conclusão é sempre fruto de uma discussão madura entre dois indivíduos ou mais.
O estudo ressalta, no entanto, que o resultado só é positivo quando os envolvidos em um debate possuem a mesma bagagem de conhecimento. Caso contrário, afirma a pesquisa, a decisão coletiva pode ser desastrosa.
O levantamento foi conduzido pelo cientista Bahador Bahrami, que aplicou uma série de testes em pares de voluntários. Após expor os participantes a uma série de imagens pouco nítidas, ele incentivou as duplas a identificar, em grupo, a mensagem de cada ilustração.
A conclusão, publicada na Science, mostrou que as melhores decisões foram as colaborativas.
- O que já se sabia sobre o assunto
A pesquisa conduzida por Bahrami, na Grã-Bretanha, faz todo sentido, segundo os conceitos adotados pelos autores que defendem a inteligência coletiva.
Alguns pesquisadores, no entanto, discordam que para a decisão ser assertiva é preciso que ambos indivíduos possuam um grau de competência similar. De acordo com Ruy Mattos, psicólogo organizacional, consultor de empresas e professor universitário, o “peso da bagagem” de conhecimento é apenas um aspecto racional do diálogo. Para o especialista, é preciso levar em conta outras dimensões da inteligência coletiva, tais como as emoções, os valores e o processo heurístico. Mattos ainda completa: “a similaridade da bagagem pode até tornar o diálogo monótono e produzir decisões previsíveis”.
É importante lembrar que o processo de eleição não se enquadra, necessariamente, dentro do conceito de resolução coletiva. O psicólogo explica que a maioria simples obtida em uma votação é bem diferente de uma decisão que se obtém por consenso, cujo resultado é alcançado por meio de negociações e estratégias de convencimento.
Especialista: Ruy Mattos, psicólogo organizacional especializado em inteligência coletiva
Envolvimento com assunto: Há anos explora os conceitos da inteligência coletiva
- Conclusão
Mais uma vez, a academia prova que alguns famosos ditados populares, geralmente passados de geração para geração, possuem embasamento científico. A afirmação de que duas cabeças pensam melhor do que uma é antiga e mostra que, desde os tempos mais remotos, o ser humano não nasceu para viver sozinho – muito menos para decidir qualquer coisa sem recorrer a uma segunda opinião.
Fonte: Veja
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