terça-feira, 6 de setembro de 2011
Teia de aranha vira pele artificial
São Paulo – No mundo da ficção, o Homem-Aranha vive salvando a humanidade do perigo com a ajuda, dentre outras coisas, de suas superteias. Já no mundo real, as teias de aranha podem mesmo acabar salvando sua pele – literalmente. Em um artigo publicado na revista científica Plos One, um grupo de pesquisadores alemães relata como desenvolveu uma estrutura para regeneração da pele humana feita com seda retirada da teia de aranhas.
Hanna Wendt e seus colegas do Departamento de Cirurgia Plástica, de Mão e Reconstrutiva da Escola Médica de Hannover utilizaram a espécie Nephila spp para criar uma moldura para crescimento das células. A regeneração epitelial é um grande desafio para os médicos em procedimentos que variam de cirurgia plástica a tratamento de queimaduras.
A pele, além de ser o maior órgão do corpo, possui uma estrutura muito complexa formada por uma dupla camada de tecidos: a epiderme e a derme. A epiderme possui uma grande quantidade de células chamadas queratinócitos, é mais rica em queratina e, por isso, forma a camada externa, de proteção. Já a derme é um tecido conectivo vascularizado, rico em colágeno, que fornece força e resistência. As células principais de sua constituição são os fibroblastos.
Os pesquisadores sabiam que o material ideal para ajudar na regeneração da pele deveria promover ligação dos tecidos e a proliferação e crescimento das células. Além disso, ele deveria se degradar no tempo correto, desaparecendo após a cobertura celular estar completa, e sem liberar substâncias nocivas. A teia da aranha Nephila spp atingiu todos esses critérios.
O primeiro passo para criar a estrutura é tecer a seda em molduras de aço. Elas são, então, esterilizadas e recebem a primeira camada de células, os fibroblastos. Após duas semanas, queratinócitos são adicionados, gerando um modelo de pele de duas camadas, com derme e epiderme. Durante três semanas, essa estrutura fica em um ambiente especial, onde as células podem se desenvolver.
O resultado obtido mostra que os dois tipos de pele aderiram à seda e proliferaram – o que indica que, em um futuro não muito distante, humanos sem super-poderes poderão se considerar um pouco Spider-Man, mesmo, é claro, que por pouco tempo.
Fonte: Exame
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