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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Como descobrir retoques nas fotos


Fotos de revistas são tão modificadas hoje em dia que as modelos quase não parecem humanas, com peles de porcelana e corpos irreais que levam a expectativas também irreais. É tão inacreditável e tão preocupante para a autoimagem das pessoas, que a Associação Médica Americana condenou os retoques.

Agora, uma equipe de cientistas da computação descobriu como quantificar essas modificações usando modelos matemáticos, que apontam as revisões na foto. O cientista Hany Farid, de Darthmouth, e o aluno de doutorado Eric Kee desenvolveram algoritmos que procuram por mudanças geométricas, como alongamento e pescoços, aumento dos seios ou afinamento da cintura, e mudança fotométricas, como luminosidade da pele e remoção de manchas.

Para isso, Farid e Kee pegaram 468 exemplos de fotos antes e depois, incluindo algumas anatomicamente impossíveis, que chegavam a ser engraçadas. Entre as selecionadas estão uma da modelo britânica Twiggy, tão absurda que chegou a ser banida da Inglaterra, e uma propaganda do Ralph Lauren, que mostrou total falta de proporção corporal da modelo Filippa Hamilton.

Depois eles pegaram 390 participantes (trabalhadores comuns) e pediram para que dessem uma nota sobre a quantidade de alterações, de 1 (muito similar ao real) até 5 (muito diferente). A cada um foram dadas 70 imagens. Depois, Farid e Kee desenvolveram oito conjuntos de regras que englobavam todas as possibilidades de retoques.

Os algoritmos não são perfeitos – o sistema aumenta ou diminui o grau de alteração dependendo de certos fatores que parecem mais importantes a um computador do que um humano. Por exemplo, uma imagem de um homem sem o dente da frente recebe um Photoshop para ficar com tudo perfeito. Os algoritmos consideram isso uma pequena mudança, de acordo com a perspectiva fotométrica e geométrica, mas nós sabemos que é uma grande mudança na aparência.

Mas Farid e Kee afirmam que, mesmo assim, ainda é uma boa maneira de dizer o quanto uma imagem é alterada digitalmente. Eles gostaram de usar esse sistema para dar outra visão aos leitores das revistas de moda.

“Oferecer uma escala de retoques junto com a foto publicada pode informar ao público o quanto a foto está distante da realidade”, afirmam. “E talvez mediar os efeitos adversos de ser inundado com fotos de corpos irreais”.

Fonte: PopSci

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