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domingo, 17 de agosto de 2014

Quer ouvir uma fofoca boa?


A maioria das pessoas gosta de uma boa fofoca. Admita: você faz parte desse grupo. Mas o que faz um assunto qualquer se espalhar? E digo mais: o que faz um assunto valer a pena de ser espalhado?

O que faz uma fofoca ser uma fofoca?

De acordo com pesquisadores de psicologia, nós temos o inconveniente hábito de fofocar mais sobre os famosos. E quanto mais interessante e imprevisível for uma história, mais provável é que a gente fofoque sobre ela – ainda que o conceito de “interessante” seja absoluta e extremamente relativo.

“Intuitivamente, não é surpreendente que estamos mais propensos a fofocar sobre pessoas conhecidas e histórias interessantes”, disse Bo Yao, o autor principal de um artigo sobre o tema “fofoca”. “No entanto, somos muito mais propensos à fofocar quando uma história une uma pessoa familiarizada com um cenário (dito) interessante”.

Os pesquisadores das Universidades de Glasgow, em Manchester, e do Oeste da Escócia dizem que “uma função-chave da fofoca pode ser a de manter os nossos sistemas de reputação, recebendo atualizações sobre o comportamento recente dos nossos conhecidos”.

Para entender as motivações psicológicas para a fofoca, os pesquisadores desenvolveram um experimento envolvendo uma série de histórias fictícias. Eles, então, pediram aos participantes para lerem as histórias e indicar qual era a probabilidade de compartilhar essas fofocas com os amigos. Para cada história, os participantes também fizeram comentários sobre a sua previsibilidade e se a sua opinião sobre o personagem principal tinha mudado.

Os pesquisadores selecionaram uma lista de 100 celebridades amplamente conhecidas do Reino Unido e dos EUA como alvos das fofocas, como David e Victoria Beckham e Barack e Michelle Obama, e depois fizeram uma lista de correspondência com não celebridades, como Jamie e Connie Shannon, Robert e Theresa O’Hara.

Esses personagens foram incorporados em cenários fictícios que foram considerados tanto interessantes, como engravidar e ser pego com drogas, ou chatos, como tomar café, fazer compras de supermercado, etc.

Os resultados dessa pesquisa sugerem que altos níveis de fofoca estavam ligados à previsibilidade da história e a reputação do protagonista da história. Quando ela foi considerada menos previsível, naturalmente resultou em uma maior mudança de opinião sobre o famoso e os participantes eram mais propensos a passar essa informação adiante.

A Dra. Sara Sereno, autora sênior do estudo sobre fofoca, explicou: “O ato de fofocar gira em torno de seu conteúdo e sua meta para nós”. Também segundo ela, uma boa fofoca deve ser julgada como uma informação que é digna de ser passada para aqueles que estão por perto e que julgamos mais propensos a apreciar seu conteúdo. Em outras palavras, a fofoca é uma coisa interessante sobre alguém que amamos.

“A fofoca desempenha um grande papel na forma como gerimos as nossas reputações sociais. Esperamos que o nosso estudo forneça um primeiro passo para entender os fatores específicos que influenciam o nosso comportamento em relação ao que chamamos de fofoca”, completa.

Fonte: MedicalXpress

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