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segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Por que gostamos dos nossos peidos?


Cada dia, a raça humana produz cerca de 70 bilhões de peidos, o que significa cerca de dez por pessoa, inclusive você. Mas por que o peido parece menos fedido para quem o fez? Por que gostamos do cheiro de nossos próprios peidos?

Por mais engraçado que seja, os cientistas confirmaram que, de fato, em testes de olfato, realmente achamos nossos próprios cheiros mais agradáveis que os dos outros. Quanto mais você está familiarizado com algo, seja uma música, imagem ou mesmo um cheiro, é mais provável que você vá preferir este algo. E como o cheiro produzido pelas bactérias no seu corpo é totalmente único, diferente do cheiro de todas as outras pessoas, nossos próprios peidos têm um cheiro reconhecível que nossos narizes podem perceber.

Bom, de uma perspectiva evolucionária, a reação de nojo que temos para os odores de outras pessoas são como uma tentativa do cérebro de evitar danos ao corpo, especificamente doenças. Se você pensar bem, a maior parte das coisas que não cheiram bem não são boas para você. E quanto maior o risco de doença, mais intensa a resposta instintiva.

Surpreendente para muita gente, peidos podem, sim, passar doenças. Existem casos de peidos espalhando Streptococcus pyogenes, uma bactéria que causa a tonsilite, febre escarlatina, doença cardíaca e até a “doença da bactéria comedora de carne” (fasciite necrosante) – tudo por que os peidos acabam colocando no ar partículas de matéria fecal. Claro, este era um problema maior para nossos ancestrais, que andavam por aí pelados. Nós usamos roupa de baixo ou calças, por isso os peidos não são um problema real.

Além disso, o fato de que nos adaptamos aos nossos próprios odores é importante, por isto podemos manter a higiene – você não teria coragem de se limpar apropriadamente se tivesse muito nojo da própria sujeira. O mesmo acontece com as mães – que não acham tão nojento o cocô de seus pimpolhos -, pois assim elas podem chegar perto daquela bundinha suja para uma limpeza em regra.

Outra curiosidade é que a percepção de nojo é uma combinação de idade, sexo, cultura e até personalidade: pessoas que são mais ansiosas ou conservadoras geralmente são mais sensíveis a fedores que as mais aventureiras.

Por fim, outro fato pouco conhecido é o córtex cingulado anterior, que processa a surpresa, fica sabendo quando peidamos e pode antecipar o cheiro que vem por aí. Por isto, os peidos silenciosos dos outros parecem muito piores: a surpresa do cheiro ruim aparecendo do nada, sem aviso nenhum, é um golpe aniquilador no nosso senso de realidade.

Na próxima vez que você for liberar um dos mais fedidos, é uma boa ideia avisar todo mundo que o ambiente vai ficar pior. A menos que você esteja sozinho – neste caso, você pode mergulhar na glória do teu próprio fedor.

Fonte: AsapScience

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