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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Cientistas “descozinham” um ovo


Cientistas da Universidade da Califórnia em Irvine, nos EUA, descobriram uma maneira de fazer algo que parecia impossível: descozinhar um ovo (aliás, eu acabei de inventar a palavra “descozinhar”, porque, bem, você sabe, ninguém pensou que isso era uma coisa que existia.

O método

Quando você cozinha um ovo, suas proteínas desdobram de sua forma ordenada e se dobram novamente em uma forma mais desordenada. Os pesquisadores descobriram como separar as proteínas nas claras de ovos cozidos, permitindo que elas se redobrem em sua forma original.

Eles usaram uma clara de ovo fervida durante 20 minutos a 90 graus Celsius, até que suas proteínas ficaram aglomeradas e entrelaçadas. Em seguida, adicionaram uma substância que liquefez essa clara de ovo cozida.

O próximo passo foi usar um dispositivo chamado “vortex fluid device”, concebido por colegas da Universidade de Flinders, na Austrália, que utiliza filmes microfluídicos para moldar as proteínas da clara de volta a sua forma desembaraçada e ordenada.

Em conformidade com a física

Por mais estranho que possa parecer, a façanha não desafia as leis básicas da ciência.

Os físicos costumam usar ovos cozidos como uma metáfora para explicar a segunda lei da termodinâmica, que afirma que o grau de desordem, ou entropia, em um sistema sempre aumenta.

À primeira vista, a experiência pode aparecer quebrar essa lei, porque um ovo cru é mais ordenado do que um cozido. Mas, na realidade, o processo de descozinhar o ovo produz entropia sob a forma de calor, compensando o decréscimo na entropia sob a forma de desordem. Assim, a entropia do sistema como um todo ainda aumenta.

Aplicações

Segundo Gregory Weiss, bioquímico autor do estudo, a técnica pode ser útil em muitas aplicações biomédicas e farmacêuticas e na produção de alimentos.

Por exemplo, pode reduzir drasticamente o custo do tratamento do câncer. Proteínas muitas vezes se dobram em formas inúteis quando são formadas, mas, se os cientistas pudessem redobrá-las novamente, economizariam dinheiro no desenvolvimento de drogas, tornando remédios para o câncer mais acessíveis.

Fonte: LiveScience

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